A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Rosane Collares, afirmou que o foco de gripe aviária detectado recentemente em uma granja comercial no Rio Grande do Sul tem origem compatível com o vírus que circula na América do Sul desde 2022, o que reforça a hipótese de introdução por aves migratórias.
Segundo ela, o vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade é altamente letal para as aves. No caso registrado, apenas 1.300 aves sobreviveram, e essas foram posteriormente eliminadas como parte do protocolo sanitário. A desinfecção da propriedade já foi concluída.
A partir da finalização da desinfecção, inicia-se um prazo de 28 dias, o equivalente a dois ciclos da doença, necessário para que o Brasil possa se autodeclarar livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. A data prevista para essa possível autodeclaração é 18 de julho, caso não haja novos registros da doença até lá.
A Seapi está conduzindo vigilância ativa em um raio de 3 e 10 quilômetros da granja onde o foco foi detectado. Foram feitas visitas e revisitas a propriedades rurais da região, com acompanhamento clínico dos plantéis. Mais de 500 propriedades de subsistência foram vistoriadas. Equipes também atuam em barreiras sanitárias e ações de orientação junto à comunidade local.
Rosane reforça que o risco à saúde humana, no contexto atual, é muito baixo, sobretudo porque não há evidência de transmissão pelo consumo de carne ou ovos de aves infectadas. Casos humanos, até agora, só foram registrados em situações de contato direto e prolongado com aves doentes em outros países. No foco do Rio Grande do Sul, os trabalhadores da granja foram monitorados e não apresentaram sintomas.
Sobre os impactos econômicos, ela reconhece que o setor produtivo enfrenta dificuldades, especialmente diante das restrições temporárias de alguns países importadores. A recomendação da Seapi é que os consumidores sigam consumindo produtos avícolas, reforçando a importância da cadeia para a economia gaúcha.
Por fim, Rosane destaca que há duas amostras de suspeitas em análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP), e que o sistema de vigilância segue sensível, com grande volume de notificações. Ela ressalta a importância da notificação precoce e da atuação rápida como principais estratégias para o controle da doença.