Moacir Costa da Silva: predestinado ao Canabarrense

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A paixão de Moacir pelo Canabarrense está estampada nas camisetas que coleciona - Crédito: Arquivo Pessoal / Divulgação

O nome “Moacir Costa da Silva” pode soar comum para muitos. Porém, para quem acompanha ou já esteve presente nos campos do tradicional futebol amador de Teutônia e do Vale do Taquari, ele é conhecido há décadas como o “Moa do Canabarrense”.

De forma carinhosa, Moacir carrega consigo o apelido carinhoso que atravessa o tempo, marca gerações do clube do Bairro Canabarro e permanece vivo até hoje, junto de sua alma tricolor e orgulho de torcer pelo Canabarrense.

“Na época em que atuei, qualquer lugar que eu frequentasse e nas equipes que o clube enfrentava, todos me chamavam de ‘Moa do Canabarrense’. E continuam até hoje”, relata.

A relação de Moa com o clube começou antes mesmo dele nascer. Na época, seus pais, ainda solteiros, saíam de Paverama para assistir aos jogos noturnos do Canabarrense em cima da carroceria de um caminhão. Naquele período, a sede esportiva do clube ainda era estruturada com um sistema de iluminação.

Tempos depois, quando Moacir completou 2 anos, a família se mudou para o Bairro Canabarro em busca de melhores empregos e qualidade de vida. Desde então, os domingos eram e aram a ser dedicados a assistir e torcer nos jogos do Canabarrense, sempre com o ainda pequeno Moacir junto nas arquibancadas e no “meio da galera”.

Aos 9 anos, Moa deu os primeiros os dentro das quatro linhas e ingressou nas escolinhas de futebol e categorias de base do clube. O que era considerado apenas diversão, sonho e sentimento, se tornava uma possível realidade: defender a camisa tricolor dentro de campo.

O menino treinava e evoluía com constância. Aos 14 anos, foi convidado a integrar o time de Aspirantes durante um amistoso em 1986. Na ocasião, Moa foi designado para atuar como lateral direito. Depois disso, ou a variar de posições e atuou até na função de centroavante.

Mesmo com as partidas na lateral e ataque, o destino guardava outra posição para Moa. No ano de 1989, durante um amistoso preparatório para o Campeonato Municipal de Teutônia contra o Alto Taquari, da localidade de Linha São Jacó, o goleiro do primeiro quadro do Canabarrense não apareceu. Além disso, o goleiro do segundo quadro também não tinha disponibilidade e estava impossibilitado de atuar.

A dúvida foi para o vestiário. Lá, diante da “dor de cabeça” do treinador sobre quem assumiria o gol, Moacir se prontificou: “Já joguei como goleiro no futebol de salão (futsal), mas se tu [treinador] quiser e for preciso, posso tentar”, lembra de dizer.

O treinador entregou a camisa de número 1 para Moa e a atuação convenceu, com o jogo encerrado no empate pelo placar de 1 a 1. A estreia no gol do Canabarrense foi um momento de muita felicidade não apenas dele, mas de toda a família. “Quando cheguei em casa e falei que ia jogar no segundo quadro do Canabarrense, meus familiares não acreditaram”, conta.

Na segunda-feira após o jogo, um dos diretores do Canabarrense foi até a casa de Moacir para que ele assinasse a famosa “ficha” com o clube, isto aos 17 anos.

Moacir ainda tentou argumentar de forma contrária, ao alegar que só havia sido goleiro de futebol uma vez. Mas ouviu a resposta que mudou o rumo de sua trajetória: “Com tudo que tu fizestes para nós [Canabarrense] no jogo de domingo, merece uma chance como titular no gol”, recorda.

E assim, de lateral direito e centroavante, Moa carregava consigo o peso de se tornar o goleiro titular do tricolor de Canabarro. A titularidade rendeu não apenas a realização do sonho de atuar com a camisa do Canabarrense, como também fez com que Moa conquistasse títulos.

O primeiro foi em 1991, como campeão municipal da Segunda Divisão de Teutônia. Em 1992, o título da Primeira Divisão municipal de Teutônia. Depois, no ano de 1995, Moa ergueu a Taça Hércio Pegas, de Teutônia. E ainda foram mais dois títulos municipais, em 1996 e 1997.

A conquista da qual Moa mais se orgulha foi alcançada em 1997. O goleiro fez parte de um dos maiores momentos da história do Canabarrense – o título da Série A do Campeonato Regional, organizado pela Associação de Ligas Amadoras do Vale do Taquari (Aslivata), com uma equipe que o próprio descreve como “fantástica”.

É o time do meu coração”

Após se despedir dos campeonatos, Moa ou a jogar entre os Veteranos. E, mesmo fora das competições, manteve a ligação com o clube e os amigos que conheceu durante a trajetória.

Moacir se autointitula como um “cara de sorte” por ter tido as oportunidades com o clube. “Fui um privilegiado apenas por jogar no Canabarrense. Tive o prazer de atuar com os melhores jogadores da região e com ex-profissionais”, completa.

Hoje, Moa escuta os jogos em seu rádio e celular, pelas ondas da FM 96,9. A ligação com o clube vai além das vitórias e conquistas; é um laço que moldou seu caráter e acompanha sua vida até hoje. “Sempre vou junto e acompanho o Canabarrense. É o time do meu coração, onde aprendi a ter respeito e caráter. Foi nele que me tornei, acima de tudo, uma pessoa digna, correta e honesta”, ressalta.

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